22 de agosto de 2024
A IMPORTÂNCIA DAS DUE DILIGENCE NA COMPRA OU VENDA DE EMPRESAS
No complexo cenário das fusões e aquisições (M&A), a auditoria e a Due Diligence emergem como pilares cruciais para a tomada de decisões informadas e seguras. Os riscos inerentes à atividade empresarial impõem ao potencial grupo comprador (buyside) o dever de investigar minuciosamente a situação real dos ativos para realizar seus investimentos.
Nesse contexto, a Due Diligence se apresenta como um procedimento de natureza investigativa, abrangendo diferentes escopos, como o contábil, financeiro, tributário, ambiental, contratual e trabalhista, entre outros. Seu objetivo é levantar dados ocultos a um primeiro olhar, fornecendo uma visão clara e precisa da empresa em questão, fundamental para embasar a transação e validar os resultados financeiros apresentados.
A Due Diligence é, de certa forma, um “exame médico” da empresa, onde cada aspecto relevante é escrutinado. Ela permite a identificação de potenciais problemas, riscos e incertezas que poderiam impactar o valor da empresa ou comprometer o sucesso da transação.
Sob a perspectiva jurídica, um dos principais focos é a avaliação das contingências e obrigações que compõem o passivo da empresa, além de verificar a solidez das obrigações do ativo. Essa análise detalhada interfere diretamente na definição do preço e nas condições da operação, pois os passivos ocultos, as incertezas quanto a eventuais litígios ou passivos tributários, e a solidez das obrigações ativas podem alterar substancialmente o valor percebido da empresa.
Sob a perspectiva contábil e financeira, a Due Diligence é fundamental para avaliar a saúde financeira da empresa, garantindo que todas as informações contábeis estejam em conformidade com as normas e princípios aplicáveis. Esse processo envolve a análise detalhada dos demonstrativos financeiros, como o balanço patrimonial, a demonstração de resultados e o fluxo de caixa, além da verificação de registros contábeis e transações passadas. A Due Diligence contábil e financeira busca identificar quaisquer irregularidades, práticas contábeis questionáveis ou passivos não registrados que possam impactar a avaliação do negócio. Além disso, ela examina a rentabilidade, a liquidez e a estrutura de capital da empresa, fornecendo uma base sólida para a valoração do negócio e para as negociações, assegurando que o comprador esteja ciente dos riscos financeiros envolvidos e das oportunidades de crescimento realistas.
O processo de Due Diligence também desempenha um papel essencial em mitigar riscos, fornecendo aos compradores informações precisas que embasam negociações e valoração da empresa-alvo. Identificar fraquezas ou oportunidades ocultas permite que as partes envolvidas ajustem suas expectativas e negociem termos contratuais que protejam seus interesses. A realização de uma Due Diligence em M&A (Fusões e Aquisições) cuidadosa não só evita armadilhas, mas também ajuda a armazenar vantagens competitivas, garantindo uma transição suave e bem-sucedida para ambas as partes.
No entanto, a execução eficaz de uma Due Diligence exige a participação de uma equipe especializada, composta por advogados, contadores, e consultores financeiros, garantindo uma análise abrangente e precisa. A profundidade da investigação deve ser adequada à complexidade do negócio, com especial atenção às áreas críticas, como conformidade regulatória, litígios pendentes e estrutura de capital. Além disso, a comunicação transparente entre as partes é essencial para a troca eficaz de informações e para a adaptação às novas descobertas que possam surgir durante o processo.
Em um ambiente de negócios dinâmico e competitivo, a Due Diligence é uma ferramenta indispensável para assegurar que as transações de M&A (Merger and Acquisitions) não só atinjam seus objetivos estratégicos, mas também entreguem o valor prometido. Portanto, seja na compra ou venda de uma empresa, a atenção aos detalhes proporcionada pela Due Diligence pode ser a chave para o sucesso da transação.
Escrito por: Franklin Tomich
Sócio da FT Aquisições, Mestre em Finanças pela Fund. Dom Cabral, Professor de M&A na PUC-MG, graduado em Eng. Elétrica pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, com MBA em Mercado de Capitais e Derivativos pela PUC, com MBA em Marketing Estratégico pela Univ. FUMEC, Finanças pela IBS e IFRS Tributário e Societário pela FGV. Membro de honra do ISoBL (International Society of Business Leaders) e afiliado ao IBBA (International Business Broker Association).